terça-feira, 28 de junho de 2011

MICROFONES (PARTE II)

Olá galera, sejam bem vindos ao sujeito do som.
Dando sequência ao post sobre microfones que publiquei a umas semanas atrás, hoje gostaria de comentar um pouco sobre os diagramas polares.

Diagrama polar nada mais é que uma representação gráfica de como o som é captado pelo microfone em função do ângulo de incidência do som sobre a cápsula. Em outras palavras, um som é captado em intensidades diferentes dependendo da localização da fonte sonora em relação a cápsula e o diagrama polar é o "mapa" da sensibilidade do microfone.

Os microfones seguem determinados padrões de sensibilidade e são esses padrões que dizem qual é a aplicação ideal de cada microfone.

Microfone de padrão polar cardióide


Microfone de padrão polar hipercardióide
Embora as figuras acima facilitem bastante a compreensão do que é um diagrama polar, elas também induzem a uma falsa impressão de que a resposta de frequências do microfone é linear em todas as direções o que é incorreto. Veja a figura a seguir:

Diagrama polar

Observando a figura podemos concluir que o microfone em questão tem boa resposta em seu axis para as frequências em torno de 16 kHz mas conforme o rotacionamos essa resposta cai drasticamente.

Gostaria de destacar os principais padrões polares e suas aplicações mais comuns. Veja a figura:

Principais padrões polares

Omnidirecional: Microfones de padrão omnidirecional captam o som igualmente em 360°. Eles possuem naturalmente um timbre bem aberto e são excelentes em captações onde a acústica do ambiente é necessária. Alguns exemplos de aplicações para esse tipo de microfone são a captação de grupos vocais, pequenas formações de cordas ou outros instrumentos em salas de boa acústica.

Cardioide: É o padrão polar mais comum. Ele oferece uma boa captação no axis do microfone e nas laterais mas uma rejeição quase que completa na sua parte posterior. Suas aplicações ideais são as mais variadas possíveis. Na verdade, qualquer coisa que se queira captar a curta distância sem a necessidade de rejeição da ambiência pode ser captada com um microfone cardioide.

Super/Hiper cardioide: Nestes padrões o microfone possui excelente captação em seu axis, alguma captação em sua região posterior e uma leve rejeição em suas laterais. É o padrão polar mais comum dentre os microfones capacitivos para captação de voz e são extremamente sensíveis. Suas aplicações ideais vão desde a captação de pequenos instrumentos de percussão até os instrumentos de grande pressão sonora bastando apenas o ajuste de ganho e posicionamento.

Bi direcional ou Figura 8: Microfones neste padrão tem ótima captação tanto no axis quanto na parte posterior do microfone e com uma boa rejeição nas laterais. Ele é muito legal para captar duas fontes sonoras   distintas, uma de frente para a outra. Também é legal para captação de ambiências mas a sua utilização mais bacana em minha opinião é na captação MS que utiliza um microfone bidirecional conjugado com um microfone cardioide.

Shotgun: Microfones desse tipo são altamente direcionais e necessitam estar apontados precisamente para a fonte sonora para uma captação adequada. Também possuem uma certa rejeição nas laterais o que o torna ideal para aplicações em broadcast. Na figura acima a sua escala foi exagerada para facilitar a compreensão mas nos manuais você encontrará  um gráfico de padrão polar mais parecido com o de um microfone hiper-cardioide.

Na próxima parte desse post irei comentar sobre os gráficos de resposta de frequência. Obrigado pela visita e tenham uma boa semana.

Um comentário:

  1. Gostei muito da explicação, nunca havia compreendido bem estes gráficos por falta de uma simples explicação, eles são até bem simples de se entender, o lance é que na maioria dos gráficos você tem apenas 2 parâmetros cruzados, já nos gráficos polares temos 3 parâmetros a considerar.

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