quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

EQUALIZADORES (PARTE I)

Os primeiros circuitos equalizadores apareceram pouco depois do surgimento do telefone e seu propósito era tentar compensar a perda de conteúdo sofrida pelo sinal em seu percurso desde a origem até o seu destino. Nessa época a diferença entre o sinal de entrada e sinal de saída era muito acentuada em função das linhas de transmissão e da ineficácia dos transdutores.

Muito tempo se passou desde que os primeiros equalizadores surgiram mas a sua importância e popularidade só aumentaram. Com a chegada do áudio digital o acesso aos processadores de sinal em geral ficou praticamente ilimitado. Uma sessão de trabalho em um editor multipista qualquer permite a inserção de quantos plugins forem suportáveis pelo hardware do usuário e toda essa facilidade torna indiscriminada por certas vezes a utilização dessas ferramentas.

Eu particularmente prefiro classificar a utilização de processadores de sinal em dois propósitos distintos: Para solucionar problemas e para fins estéticos. Um exemplo muito comum em uma mixagem é a utilização de filtros passa alta para prevenção de problemas de cancelamento de fase ou ainda, utilizar um filtro passa banda para eliminar uma frequência que está sendo realimentada em um sistema (microfonia). A parte estética da equalização, ou também podemos chamar de parte criativa, é aquela que utiliza o equalizador para modificar o espectro de frequências de uma onda, aproximando-a de um padrão estilístico ou para criar algo completamente diferente do conteúdo original.
Em termos gerais, podemos dizer que o equalizador atua em dois domínios distintos, o domínio da frequência e o da amplitude e para isso necessita de pelo menos dois controles, um de varredura de frequências e um outro que controle a amplitude da frequência selecionada. Entretanto, existem outros pontos a considerar. Para algumas aplicações, é muito desejável que o equalizador seja o mais preciso e seletivo possível ou seja, quando o usuário aumentar ou diminuir o ganho da frequência escolhida, as frequências adjacentes devem sofrer o mínimo de alteração. Em outros casos o desejável é exatamente o contrário ou seja, o usuário nessecita controlar o ganho de uma banda de frequências. O controle de quanto as frequências adjacentes são influenciadas ou não ao se alterar o ganho de uma frequência é determinado pelo que chamamos de fator Q. Veja a figura:

Fator Q


Entende-se por fator Q o resultado da subtração de f2 por f1, que são pontos adjacentes à frequência central  f0 e que correspondem a uma diferença de amplitude de -3 dB do pico para cada lado. Quanto menor for o fator Q mais preciso e seletivo será o filtro.
Na segunda parte desse post vou escrever sobre os vários tipos de filtros e suas aplicações mais comuns. Obrigado pela visita e volte sempre.

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